Em março de 2019, o novo edifício de Biotecnologia, no Campus Foz da Universidade Católica Portuguesa (UCP), ganhou vida. Começou por receber a equipa do projeto Alchemy, que integra investigadores da Amyris Portugal e da Escola Superior de Biotecnologia (ESB). No ano letivo com início em setembro de 2019, começou oficialmente a ser usado por alunos, professores, investigadores e colaboradores.
A sua inauguração aconteceu a 7 de fevereiro de 2020, aquando da celebração do Dia Nacional da UCP. Foi o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que inaugurou este novo edifício, que conta com mais de 90 laboratórios e salas de aulas.
O edifício representa a importância da investigação e da internacionalização para a UCP. A transição da ESB, do Campus Asprela para o Campus Foz, permite uma interligação das várias áreas do saber num só campus, com a possibilidade de endogeneização de todas as suas culturas e mundividências.
O Edifício de Biotecnologia, no Campus Foz, foi construído de raiz para acolher os laboratórios, salas de aulas, mas sobretudo os docentes, colaboradores, alunos e alumni da Escola Superior de Biotecnologia.
Tudo começou em junho 2016, quando a UCP e a Amyris assinaram um protocolo para criar um HUB de Biotecnologia sediado na ESB da Católica, no Porto. O plano era criar um centro europeu de investigação, desenvolvimento e inovação em bioprodutos, com o objetivo de trazer para o Norte do país capacidade de desenvolvimento em Bioengenharia e Microbiologia.
O acordo entre as duas entidades, assinado pela então Reitora da Universidade Católica Portuguesa, Maria da Glória Garcia, e pelo CEO da Amyris, John Melo, na presença do embaixador dos Estados Unidos da América, Robert Sherman, transformou-se em realidade com a construção do Biotech Hub.
Além deste protocolo, foi assinado em junho de 2018, em Silicon Valley, nos Estados Unidos, na presença do Primeiro-Ministro António Costa, o contrato que viabilizou o projeto de investigação Alchemy – uma parceria estratégica entre a UCP, através da ESB, a empresa Amyris Bio Products Portugal, subsidiária da Amyris, Inc. e o Governo de Portugal, através da Agência para o Investimento e Comércio Externo Portugal (AICEP).
O projeto Alchemy tem como objetivo contribuir para a otimização da eficiência do processo de produção de biomoléculas e investigar novas aplicações para os subprodutos/resíduos resultantes deste processo, potenciando assim o desenvolvimento de novas moléculas de elevado interesse comercial, em particular para as indústrias alimentar, cosmética, industrial e farmacêutica. Em simultâneo, o projeto visa promover a transferência de tecnologia que se traduzirá num crescimento de competitividade das empresas na área da bioeconomia.
O futuro
Teve início em 2018 com o objetivo principal de estudar e desenvolver novas aplicações para os subprodutos/resíduos dos processos de fermentação da Amyris e da produção de cana-de-açúcar, potenciando assim o desenvolvimento de novas moléculas de elevado interesse comercial, com destaque para a indústria da cosmética. A investigação pode, igualmente, servir a nutrição animal e humana, novos materiais e farmacêutica.
“Estou pronto a continuar a investir e a expandir a colaboração com a Universidade Católica”, afirmou John Melo e acrescentou ainda que “é óbvio que temos de produzir na Europa, neste caso em Portugal, para exportar para o resto da Europa”. “Temos de tomar uma decisão rápida porque a procura existe”, reiterou o CEO.”
Até agora, o projeto de colaboração entre a empresa e a universidade, que dura desde 2016, já permitiu a contratação de uma equipa de mais de 80 investigadores.
“A relação enraizou de forma única. Acho que, a partir de agora, o conhecimento gerado pelos investigadores e a equipa, em conjunto com os Estados Unidos, tem sido o maior fertilizante que tem feito essa planta crescer. Acreditamos que esta colaboração irá trazer mais retorno económico, alimentar o crescimento e futuro desta colaboração e o valor da investigação que estas oportunidades vão trazer para Portugal e para o mundo”, afirmou Manuela Pintado, diretora do CBQF.
Este projeto envolve cerca de 100 investigadores entre as duas entidades, agregando diversas competências nomeadamente de bioengenharia, microbiologia e bioanalítica.
O projeto, cuja primeira fase tem duração de 5 anos, materializa-se num centro de competências de excelência em biotecnologia, promovendo Portugal na linha da frente nas áreas da bioeconomia e economia circular. Este projeto, que conta com um investimento de 43 milhões de euros para o Porto em Investigação e Desenvolvimento (I&D), terá impacto e externalidades de grande importância a outras empresas e setores de atividade em Portugal.
A Escola Superior de Biotecnologia e Biorbis asseguraram uma parceria entre o Centro de Biotecnologia e Química Fina da Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa e a Biorbis.
Isabel Capeloa Gil, reitora da Universidade Católica Portuguesa, partilhou a enorme importância desta parceria que é lançada “num momento em que a Universidade está a recentrar a sua missão não apenas na investigação, onde somos excelentes, mas também em fazer da Universidade um espaço de reinvenção contínua, integrando uma diversidade de ideias, experiências e práticas, e em particular reforçando as pontes entre disciplinas, comunidades, e muito especificamente com a indústria e os mercados.” Isabel Capeloa Gil reforçou também que “esta jointventure nasce num momento em que se vê uma transição mundial para a bioeconomia.”
A colaboração entre a Universidade Católica Portuguesa e a Biorbis tem um horizonte de 5 anos e terá início com a integração de 40 investigadores para desenvolverem um projeto privado de investigação – o CIRCULAS. Este programa prevê um investimento privado inicial de 3 milhões, com um potencial de 23 milhões nos próximos 5 anos, no projeto de investigação e inovação que procura desenvolver a próxima geração de biomoléculas seguras, sustentáveis e de elevado valor.
A assinatura do memorando de entendimento entre a Universidade Católica Portuguesa e a Biorbis decorreu no dia 20 de novembro de 2023, no Auditório Comendador Arménio Miranda, na Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa.
O Centro de Biotecnologia e Química Fina participa no projeto europeu de pesquisa "Orchestrating Food System Microbiomes to Minimize Food Waste," também conhecido como "Microorc." Este projeto ambicioso envolve a colaboração de 18 parceiros de nove países europeus, com o objetivo de aprimorar a sustentabilidade no processamento alimentar, prolongar o prazo de validade dos alimentos e reduzir o desperdício alimentar.
Os objetivos do projeto passam pela substituição de conservantes químicos sintéticos e o desenvolvimento de soluções de embalagem inovadoras
A Universidade Católica Portuguesa desenvolverá modelos de análise preditiva que incorporam informações do microbioma, permitindo prever com precisão o tempo de vida útil dos alimentos.
Financiamento e Parcerias:
O Microorc é financiado pela Comissão Europeia através do Programa HORIZON e conta com diversas parcerias estratégicas, incluindo a Vizelpas – Comércio de Artigos Plásticos Limitada, Christian Hansen, bioMérieuxSA, Lusiaves-Indústria e Comércio Agro-alimentar, Primor Charcutaria Prima, Nofima, e CiaoTech S.r.l, especializada em disseminação, inovação e atividades de exploração.
O Microorc teve início em novembro de 2023 e está programado terminar em outubro de 2027.